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Como eles, os chimpanzés, podem ser a chave para descobrir novos medicamentos e tratamentos ?

Nas últimas décadas, a automedicação foi observada em uma variedade de espécies de primatas e não primatas em várias localidades. A automedicação não humana assume muitas formas e envolve uma variedade de recursos medicinais.

Um grupo de cientistas liderado pela Dra. Elody Freyman
passou meses observando o comportamento de
duas comunidades de chimpanzés na Reserva Florestal de Budongo (Uganda),
que pareciam feridos ou doentes para descobrir se estavam se automedicando com plantas.


A pesquisa se concentrou em como os chimpanzés
selvagens se automedicam com plantas medicinais.

“ Depois que identificávamos um chimpanzé focal, nosso dia envolvia segui-los para onde quer que nos levassem. Ao longo desse processo, documentei meticulosamente suas ações, incluindo tudo o que comiam e faziam, usando meu iPad. Também mantive um caderno de campo detalhado para observações dignas de nota.

Os dias na floresta podiam ser muito diferentes uns dos outros. De tempestades repentinas a tardes escaldantes, o clima era frequentemente variável e difícil de prever. Alguns dias os chimpanzés estavam ativos, exigindo que corrêssemos por partes densas da floresta, tropeçando em raízes e nos abaixando sob as videiras. Em outros dias o grupo era mais sedentário, preferindo passar a tarde se alimentando, se limpando ou descansando. Esses momentos calmos eram frequentemente momentos de introspecção, quando eu podia me encostar em uma árvore e apenas observá-los sem ter que escrever ou gravar. Fonte: site da Dra.Elody Freyman

Foram duas temporadas de campo, 8,5 meses na floresta, coletando dados comportamentais, de saúde e ecológicos. Quando um animal ferido procurava algo específico da floresta para comer, os pesquisadores coletavam amostras dessa planta para análise. Os testes revelaram que quase 90% das amostras inibiram o crescimento bacteriano e um terço tinha propriedades anti-inflamatórias naturais, o que significa que as plantas poderiam reduzir a dor e desenvolver o processo de cura.
Todos os chimpanzés feridos e doentes relatados no estudo se recuperaram totalmente.

 “ Por fim, minha pesquisa explorou o uso potencial dessas plantas pelas populações humanas locais. Para vários moradores, que não podem pagar viagens ao hospital, os curandeiros locais e as plantas medicinais da floresta são sua primeira linha de defesa contra doenças. Ficou claro que as populações locais e os chimpanzés de Budongo compartilham muitos dos mesmos recursos medicinais

A pesquisa revela o conhecimento medicinal que pode ser obtido com a observação de outras espécies na natureza e ressalta a necessidade urgente de preservar essas ‘farmácias florestais’ para as gerações futuras.” Fonte: site da Dra.Elody Freyman

Conservar árvores medicinais pode não apenas ajudar nossos primos primatas, mas provavelmente também nos beneficiará. Ao preservar os habitats dos chimpanzés e estudar suas práticas de automedicação, não apenas protegemos nossos primos primatas, mas também criamos um reservatório inestimável de conhecimento que pode conter as respostas para futuras crises globais de saúde. A recente pandemia global serviu como um lembrete gritante de nossa necessidade urgente de novos medicamentos para enfrentar o problema crescente de novos patógenos e resistência a medicamentos. À medida que a crescente ameaça de patógenos resistentes a anti-helmínticos e antibióticos se aproxima, podemos precisar retornar às farmácias da natureza para obter soluções. Neste ponto, não estamos apenas lutando para salvar os chimpanzés e seus lares florestais, estamos lutando por nossa própria sobrevivência. Mas sem os chimpanzés para nos apontar a direção certa, teremos uma chance de encontrar os medicamentos de que precisamos? Ou ficaremos sem tempo? Fonte: site da Dra.Elody Freyman


 

“Com todo conhecimento e pesquisas, ainda temos muito a aprender com a natureza.
Volta e meia são descobertas novas espécies, novos caminhos ….
A única certeza que temos, é que não podemos desistir! …
de cuidar, de preservar, de estar atentos aos
nossos pequenos gestos que significam tanto!”
Vamos Mudar Esse Clima?